O Blog do Movimento de Moradores do Alto do Lagoal e Vale da Terrugem

Ponto de encontro e mobilização dos habitantes do Alto do Lagoal e Vale da Terrugem dirige-se, também, a todos os interessados pelas questões da cidadania e melhor qualidade de vida.
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sábado, 25 de abril de 2009

A REAL QUINTA DE CAXIAS E O SEU ABASTECIMENTO AUTÓNOMO DE ÁGUA

Área de Intervenção (a amarelo) na Real Quinta de Caxias (in: Buletim Municipal Oeiras Local Março 09)

Esta Associação dirigiu uma carta ao PCMO, com conhecimento ao PJFCaxias, a propósito do projecto em cima.

Caxias, 20 de Abril de 2009
Exmo. Senhor
Dr. Isaltino Afonso Morais
Presidente da Câmara Municipal de Oeiras

ASSUNTO: A REAL QUINTA DE CAXIAS E O SEU ABASTECIMENTO AUTÓNOMO DE ÁGUA

Em boa hora a CMO e o Ministério da Justiça acordaram na melhor forma de dar uso público ao espaço da Real Quinta de Caxias. Estão a Câmara e os Munícipes de parabéns, não obstante o interesse desta jóia do Património setecentista ultrapassar as fronteiras do Concelho.
Sabemos do interesse da autarquia em promover aquele espaço, dando-lhe a dignidade que já teve, promovendo a sua recuperação o mais possível à imagem da planta existente de meados do século XIX, com original arquivado na Biblioteca Nacional e muito provavelmente nos STCMO, certamente do conhecimento de V. Exa..
Sabemos, também, ser intenção da CMO estabelecer uma ligação pedonal da Quinta com a baixa de Caxias, através de ponte, ou pontes, sobre o rio (canal), talvez complementado por um espelho de água e um pequeno ancoradouro que permita a sua fruição ou até a prática de algum desporto não poluente. Não nos seria difícil imaginar, aqui uma pequena Veneza e, do outro lado a Caxias bucólica do século XVIII.
Persiste uma dúvida, que justificou o envio desta carta a V. Exa. Terá a CMO entendido ser este o momento azado para se proceder à recuperação do sistema de minas e encanamentos que até há pouco tempo traziam a água de Queijas e imediações para a Real Quinta. Até porque tem a CMO gente de saber e habilitada a proceder a tal recuperação que poderá significar a sustentabilidade e autonomia dos jardins (de cheiros e de pomares) a recuperar.
Sabemos do interesse da CMO em recuperar o mais possível o sistema de minas e aquedutos do Concelho. Não obstante, tivemos ocasião, vai para vinte anos, de informar os STCMO da delapidação que estava a ser feita de parte do sistema do encanamento subterrâneo da Real Quinta de Caxias, aquando da construção da Urbanização Jardins do Murganhal. Nesse local, ainda hoje é visível uma estrutura em cantaria, aparentemente abandonada, certamente parte desse extraordinário imbricado de fontes, minas, tubagens, aquedutos e tanques de recolha de água. Estou certo que a centenária tubagem de ferro (conforme Planta já referida) se encontra guardada em algum armazém da CMO visto que me foi dito, então, que a fiscalização havia sido enviada ao terreno.
Temos a expectativa de que algumas destas sugestões estavam já no espírito do decisor. Não obstante, tomamos a liberdade de recordar a opinião, entre outras, da Sra. Doutora Teresa Marat-Mendes, com trabalhos em torno desta problemática, tendo um deles sido objecto de uma comunicação, sobre o PUCS, recentemente promovida pela CMO, no âmbito das Jornadas do Património (Teresa Marat Mendes, Do Aqueduto de Lisboa aos Novos Vazios, CMO, 2008).
Não obstante esta Associação de Moradores estar vocacionada para intervir na área próxima do Vale da Terrugem, não podemos deixar de aguardar com expectativa, como munícipes e fregueses de Caxias interessados, um esclarecimento sobre algumas dúvidas que aqui esboçámos.
Com os nossos melhores cumprimentos,

Pela Associação de Moradores

O Presidente
Para ver mais sobre este assunto ver AQUI e AQUI

2 comentários:

Unknown disse...

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Parabéns pelos esforços feitos no sentido de garantir o respeito por aquele património de Caxias e do nosso concelho.
Tudo o que se fizer será sempre pouco.

Está uma referência no 'Espaço e Memória'.

Abraço

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AMALVT disse...

Obrigado ao José António, mais uma vez.
Estas cartas valem o que valem, mas é uma tentativa de intervenção que poderá ou não ter resposta. Caso tal não aconteça, haverá sempre outras vias.
Não faz sentido deixar-se ao abandono aquilo que custou a fazer e poderá sempre ser útil. Este sistema de condutas, de que o Concelho é rico, é património de todos e poderá sempre servir para regas, aliemtar espelhos de água ou até, em caso de cataclismos, servir as populações.