"Actualmente, nos países da velha Europa, vivem-se momentos difíceis que estão a criar movimentos de cidadania contra a desenfreada governação cega de alguns políticos defensores do neo liberalismo capitalista selvagem, ou condescendentes com ele, cujas medidas, gradualmente implementadas desde os anos oitenta do século XX, conduziram ao estado a que as coisas chegaram. Em Itália, país coração da cultura Europeia, o Governo do famoso Berlusconi prepara-se para fazer um corte no Orçamento da Cultura.
O vídeo que segue abaixo mostra uma significativa cena durante um espectáculo em que o maestro Riccardo Muti, em forma de protesto patriótico, pede a colaboração do público na interpretação do 'Coro dos Escravos', de Nabuco.
Aconteceu e foi um momento inesquecível. Riccardo Muti acabara de reger o célebre coro dos escravos, Va pensiero, do terceiro acto de Nabucco, e o público do Teatro da Ópera de Roma aplaudia incessantemente e bradava bis! (Cabe lembrar que, para além de sua intrínseca beleza, que é inexcedível, o VA PENSIERO foi também uma espécie de hino informal dos patriotas do Risorgimento - e daí o enorme apelo emocional que preservou entre os italianos.) Que faz, então, Ricardo Mutti? Volta-se para a plateia e, depois de recordar o significado patriótico do Va pensiero, pede ao público presente que o cante agora, com a orquestra e o coro do teatro, como manifestação de protesto patriótico contra a ameaça de morte contida nos planeados cortes do orçamento da Cultura."*
*Recebido por mail
Va Pensiero Va', pensiero, sull'ali dorate. Va', ti posa sui clivi, sui coll,ove olezzano tepide e molli l'aure dolci del suolo natal! Del Giordano le rive saluta, di Sionne le torri atterrate. O mia Patria, sì bella e perduta! O membranza sì cara e fatal! Arpa d'or dei fatidici vati, perché muta dal salice pendi? Le memorie del petto riaccendi, ci favella del tempo che fu! O simile di Solima ai fati, traggi un suono di crudo lamento; o t'ispiri il Signore un concento che ne infonda al patire virtù | Da ópera nabucco de verdi Vá, pensamento, sobre as asas douradas Vá, e pousa sobre as encostas e as colinas Onde os ares são tépidos e macios Com a doce fragrância do solo natal! Saúda as margens do jordão E as torres abatidas do sião. Oh, minha pátria tão bela e perdida! Oh lembrança tão cara e fatal! Harpa dourada de desígnios fatídicos, Porque você chora a ausência da terra querida? Reacende a memória no nosso peito, Fale-nos do tempo que passou! Lembra-nos o destino de jerusalém. Traga-nos um ar de lamentação triste, Ou o que o senhor te inspire harmonias Que nos infundam a força para suportar o sofrimento. |
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